Mastite e seus impactos financeiros: como podemos te ajudar a solucionar?

A mastite é uma das doenças que mais prevalece nos rebanhos leiteiros, sendo uma das principais causas de prejuízos causados ao produtor e a indústria de laticínios, pois tem impacto direto no custo de produção e na qualidade do leite. 


O que é mastite?


A mastite é uma inflamação da glândula mamária causada por mudanças patológicas no tecido glandular, causados por microrganismos, principalmente bactérias. Em que ocorre uma série de alterações físicas e químicas no leite, algumas visíveis e outras não. Dessa forma, a mastite pode ser classificada em mastite clínica e subclínica.


Mastite clínica

Nos casos de mastite clínica ocorrem alterações visíveis no leite e em alguns casos mudanças no úbere, por causa da inflamação. No leite dos animais infectados é diagnosticada pela presença de grumos, coágulos, descoloração (leite aguado) e presença de sangue no leite. No úbere são identificados a presença de edema, endurecimento e vermelhidão. Em casos mais graves o animal pode apresentar febre e desidratação devido a dor, pois o animal reduz do consumo de água e alimentos, consequentemente, diminuição da produção de leite. A mastite clínica pode ser classificada em 3 graus: leve, moderada ou grave.

  • Leve: são alterações visíveis no leite e detectado através de apenas presença de grumos;
  • Moderado: além de das alterações no leite, também observamos alterações no úbere, como inchaço e dor;
  • Grave: a vaca além desses sintomas, reduz o apetite e apresenta febre, sinais clínicos de alteração no comportamento da vaca.


Mastite subclínica


Ao contrário da mastite clínica, essa não apresenta alterações na aparência do leite, mas ocorre a diminuição da produção do leite e o aumento da contagem de células somáticas (CCS). A mastite subclínica pode ser dividida em contagiosa ou ambiental, dependendo dos agentes causadores.   


Perdas financeiras da mastite


As perdas financeiras causadas pela mastite, ocorrem na forma clínica e subclínica. Na mastite clínica, temos como consequência o uso de medicamentos, diminuição na produção e descarte de leite, por causa dos resíduos de antibióticos que são utilizados no tratamento. 

No caso da mastite subclínica, há uma menor produção e piora da qualidade do leite, o que diminui o rendimento para fabricação dos produtos lácteos nos laticínios, gerando penalidades no preço pago por litro de leite ao produtor, devido ao aumento da CCS. E em relação a redução da produção de leite, os efeitos são a curto e longo prazo, por isso tem grande impacto econômico em rebanhos leiteiros. Com isso, é importante ressaltar que a mastite subclínica é mais prevalente que a mastite clínica, sendo responsável por aproximadamente 90 a 95 % dos casos e, também, mais difícil de detectar, pois não apresenta sintomas visíveis.

Em casos graves, a mastite pode afetar o tecido secretor da glândula mamária de forma irreversível, reduzindo assim a média de produção de leite para próxima lactação. Também ocorre casos, em que o animal tem que ser descartado por doença crônica ou óbito dependendo do grau de severidade, diagnóstico tardio e consequentemente falta de tratamento precoce.


Como controlar os casos de mastite?


Erradicar a mastite da fazenda é algo impossível de ser feito. São inúmeros os agentes causadores e cada um deles tem suas próprias estratégias de contaminação.  Entretanto, existem uma série de técnicas e ferramentas que auxiliam em seu gerenciamento e controle. Como por exemplo desinfecção dos conjuntos de ordenha, executar uma estratégia de linha de ordenha, manejos de  pré-dipping, manejo de pós-dipping, cuidados com o score de ponta de teto, identificação do agente causador, tecnologias de monitoramento que alertem as alterações comportamentais causadas pelas mastites. Todos esses manejos auxiliam na redução da transmissão e no controle dos agentes.

Ter casos de mastite na fazenda é inevitável, e devemos ser mais estratégicos em adotar medidas que reduzem os custos de produção da fazenda e prezar pela qualidade do leite entregue. Para que isso aconteça, o primeiro passo é monitorar a saúde do rebanho, ouvindo o que suas vacas têm a dizer através do monitoramento COWMED.

O sistema de monitoramento COWMED, avalia o comportamento dos animais de forma individual e coletiva, quando há alterações no comportamento, são gerados os alertas. Os alertas de saúde são gerados quando há um aumento do ócio, em que o animal tem uma redução da atividade, não interagindo com o ambiente e com outros animais e, também, ocorre uma diminuição na ingestão de alimentos, consequentemente, apresentando uma queda de ruminação. Os alertas são gerados de acordo com o comportamento do animal. Na primeira alteração o animal entra na listagem de animais em desafio, e conforme for diminuindo sua ruminação e aumentando o ócio, é gerado o primeiro alerta que é o em observação, e se continuar piorando é gerado o alerta grave. Esses alertas podem chegar consecutivamente dependendo do status de saúde do animal e da velocidade da evolução do caso.

Case com diagnóstico de mastite clínica


Na mastite clínica, o comportamento é fácil de ser identificado. O sistema de monitoramento gera o alerta, e com o auxílio dos ordenhadores, é constatado alterações visíveis no úbere e/ou no leite, que é identificado por meio do teste da caneca de fundo preto. Abaixo, temos o exemplo de um animal que foi diagnosticado com mastite clínica no dia 24/12. Nota-se que o primeiro alerta foi gerado dia 21/12, e provavelmente o animal foi observado e aparentemente não apresentava nenhuma alteração visível, mas o sistema de monitoramento COWMED mostra que ela estava com alguma alteração, pois a ruminação continuou caindo e o ócio aumentando, piorando o caso do animal, gerando o alerta de grave no dia 24/12, em que foi diagnosticada com mastite clínica.

Imagem 1: tela do sistema de monitoramento Cowmed com um alerta precoce de saúde.

Imagem 2: evolução do case anterior e diagnóstico de mastite clínica.

Com esse caso podemos concluir que o sistema de monitoramento detectou de forma precoce a mastite clínica, possibilitando o tratamento precoce, pois se esse animal não fosse observado de maneira especial, a mastite teria evoluído para um caso mais grave e seria diagnosticada mais tarde. 
O alerta que foi gerado pelo sistema COWMED, permitiu um diagnóstico e tratamento precoce melhorando a eficiência do tratamento, consequentemente, uma rápida recuperação do animal. Nosso sistema, além de gerar os alertas, também conta com o acompanhamento do status de saúde do animal através enfermaria, a qual podemos identificar quanto tempo o animal está na enfermaria e quando seu comportamento foi normalizado, caracterizando a recuperação do animal.

Case com diagnóstico de mastite subclínica


Quando o sistema gera um alerta e é diagnosticada a mastite subclínica, normalmente o animal entra na listagem de animais em desafio e posteriormente é gerado o alerta em observação e no outro dia o animal apresenta melhora e normaliza seu comportamento, o mesmo se repete após 4 a 5 dias, e assim sucessivamente. Esse comportamento do animal com mastite subclínica caracteriza o estágio inicial do problema. 
As vacas sadias e com boa saúde da glândula mamária possuem valores de CCS de até 200.000 células/mL de leite. Segundo os estudos a campo do professor Marcelo Cecim, foi constatado que ao gerar o alerta de saúde, a CCS dos animais estava entre 250 e 400 mil células/ mL de leite, o que caracteriza a alteração do comportamento, pois ultrapassa os valores da normalidade dando início ao quadro de inflamação, por isso é gerado o alerta. Lembrando que para identificar a mastite subclínica é feito California Mastitis Test (CMT) e em alguns casos a CCS individual.
Abaixo, temos um exemplo de animal com mastite subclínica, em que o primeiro alerta foi gerado dia 22/06, e posteriormente foram gerados vários outros alertas. Observa-se que a ruminação varia, ela diminui e aumenta ao longo dos dias, caracterizando o comportamento do animal com mastite subclínica, que apresenta um dia ruim, melhora, e depois passa alguns dias piora e é gerado outro alerta de saúde, e isso vai se repetindo. 


 Imagem 3: alerta de saúde precoce


O diagnóstico foi registrado no dia 22/07, provavelmente porque não foi detectada no visual e precisou de análises mais precisas para diagnosticar o animal, isso porque o sistema continuou alertando ao produtor que algo estava errado, e o produtor buscou alternativas até ter os resultados e diagnosticar como mastite subclínica.

Imagem 4: caso típico de mastite subclínica, com alertas recorrentes e a recuperação do animal.


Com essas informações podemos perceber como o monitoramento auxilia a fazenda antecipando os possíveis problemas, auxiliando na detecção e no diagnóstico assertivo e precoce de doenças, detectando as mais sutis alterações de comportamento dos animais. Com o sistema, podemos ter uma ação mais rápida, ajudando na tomada de decisão, evitando que os casos de saúde se tornem mais graves, possibilitando uma recuperação rápida e eficaz, minimizando perdas produtivas e econômicas para o produtor.

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Tathiane Severiano Bauth

Representante técnica comercial

Zootecnista.