5 Dicas para aumentar a eficiência dos protocolos de IATF

Da porteira para dentro encontramos muitos desafios, entre eles podemos elencar alto custo de produção, genética superior dos animais e vacas altamente desafiadas, definitivamente produzir leite não é uma tarefa fácil. É preciso estar comprometido e buscando sempre maior eficiência e produtividade.  


Dentre os pilares que sustentam a produção animal (Sanidade, Nutrição, Bem-estar e Reprodução) a reprodução é o mais desafiador, sofrendo impactos diretos da condição nutricional e sanitária da vaca e do reflexo de conforto ambiental. Devido a isso é amplamente estudado alternativas que aprimorem as técnicas reprodutivas.  


A inseminação artificial (IA), já é estabelecida dentro das fazendas leiteiras, tendo como principal objetivo melhorar geneticamente o rebanho, possibilitando adquirir sêmen de touros com excelentes qualidades morfológicas e produtivas, de qualquer lugar do mundo de uma forma simples e viável.  


No entanto é primordial para uma IA de sucesso a identificação de cio, identificar o momento ideal e favorável para uma maior probabilidade de concepção, fato que é desafiador nos rebanhos, principalmente os de alta produção. O comportamento de cio pode ser influenciado pela idade, categoria animal, nível de produção, condição ambiental e fatores sociais (hierarquia).  Vacas de elevada produção apresentam cios menos intensos e mais curtos, além disso, períodos muito quentes também podem influenciar nesse comportamento.  


Devido a isso a adoção de uma IA com dia agendado, ganhou ampla utilização nas fazendas, é o conhecido Protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Com base na administração sintética de hormônios reprodutivos, produzidos naturalmente pelo metabolismo animal, a vaca é induzida a ovulação, possibilitando calcular quando entrará em estro, essa técnica dispensou a necessidade de observação visual de cio.  


Apesar da IATF ter chegado para revolucionar o manejo reprodutivo da fazenda, ainda apresenta índices de concepção baixos, em torno de 40% para rebanhos leiteiros de alta produção. Isso acontece porque cada animal responde de forma individual ao protocolo hormonal, por esse motivo separamos algumas dicas que podem ajudar a ter melhores resultados.  


Dica 1: Escolher o Protocolo que melhor responde as condições do seu rebanho 


Existe uma infinidade de protocolos disponíveis no mercado, é importante sempre consultar o médico veterinário que atende sua propriedade e avaliar qual protocolo mais indicado para as suas condições de rebanho.  


É sempre bom lembrar que não existe uma receita de bolo, é importante testar as alternativas e avaliar os resultados, comparar qual protocolo apresentou melhores índices de concepção.  


Dica 2: Qualidade de Sêmen e Hormônios utilizados 


Trabalhar com materiais de qualidade é fundamental para alcançar bons resultados, pesquisar empresas sérias e renomadas no mercado, que garantam um produto de qualidade é fundamental.  


Se atentar a indicação recomendada para armazenamento dos produtos pelo fabricante, não negligenciar esses procedimentos também é importante. 


É indicado quando realizar a escolha do touro, optar por animais testados e avaliados pela central de genética, além disso é importante considerar não só características morfológicas e produtivas do touro, mas também produção, viabilidade e fertilidade dos espermatozoides após o descongelamento das doses, dado que existem características individuais e diferentes entre os touros.  


Dica 3: Procedimento de IA 


Avaliar fatores externos como técnica usada para realizar a IA é muito interessante, sabemos que a forma de descongelar o sêmen e processo de higiene do animal são fatores que podem influenciar nos resultados de concepção.  


Comparar inseminadores também pode ser muito útil, pois possibilita solucionar um desafio muitas vezes imperceptível na reprodução, a variável humana, Costa et al., (2010) encontraram diferença na taxa de concepção da IATF entre diferentes inseminadores e constataram ainda que o inseminador que obteve menor taxa de concepção era o mesmo que manuseava o aplicador de forma incorreta e realizava o procedimento de maneira mais rápida.  A variável humana pode interferir consideravelmente nos resultados de concepção, assim poder avaliar se isso está acontecendo na propriedade é interessante, e através dessa análise é possível tomar medidas corretivas, como capacitação técnica da equipe. 


Dica 4: Condição do animal 


Avaliar se a vaca está em condições de entrar no manejo reprodutivo é fundamental, e existem alguns fatores que é importante avaliar como o período voluntário de espera (PEV), que é aquele período após o parto que ocorre a involução uterina; Histórico de enfermidades da vaca, principalmente relacionado a infecções uterinas e aos transtornos metabólicos pós-parto recente e Condição corporal da vaca, que pode ser avaliado através do método visual ECC (Escore de Condição Corporal). 


Dica 5: Controle do Conforto Térmico 


As vacas leiteiras de maneira geral sofrem com as altas temperaturas, mas em rebanhos de alta produção vemos isso de forma mais acentuada, devido a mudanças no comportamento alimentar e ativação de mecanismos de dissipação de calor que interferem na eficiência de concepção.  


Comparar a taxa de concepção dos animais de acordo com as estações climáticas, pode ajudar a identificar se suas vacas estão sendo desafiadas, e possibilita traçar estratégias de resfriamento.  


Essas são algumas dicas que podem te auxiliar para alcançar o sucesso nos protocolos de IATF, além disso usar métodos que te auxiliem na análise de dados de forma prática e eficiente pode ser um diferencial.  


Como a Cowmed pode te auxiliar? 


O sistema de monitoramento animal da COWMED disponibiliza além dos colares, um software de gestão zootécnica que auxilia na tomada de decisões na fazenda. Você pode tomar decisões assertivas e estratégica com base no comportamento real do animal e em análises gráficas gerados automaticamente pela nossa tecnologia. 

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Fontes consultadas:


Bonato, G. L., Leite, M. B., Oliveira, M., Campos, C. C., dos Santos, R. M. Sazonalidade da temperatura retal e da taxa de concepção de vacas Jersey leiteiras. Boletim de Indústria Animal, 2008; 71(2):143-146. 

Farias, L.B., Freitas, J. R.P., Brauner, C.C. Avaliação do efeito do touro e da condição corporal na taxa de prenhez de vacas submetidas ao protocolo de inseminação artificial em tempo fixo. Revista Científica Rural, 2018; 20(2): 305-313. 

Lopez, H., Satter, LD, Wiltbank, MC. Relação entre nível de produção de leite e comportamento estral de vacas leiteiras em lactação. Ciência da Reprodução Animal, 2004; 81(3): 209-223. 

Sartori, R., Gümen, A., Guenther, J.N., Souza, A.H., Caraviello, D.Z., Wiltbank, M.C. Comparação entre inseminação artificial e transferência de embriões em vacas leiteiras em lactação. Theriogenology, 2006; 65 (7): 1311-1321. 

Soares, S. R. V., Reis, R. B., Dias, A. N. Fatores de influência sobre o desempenho reprodutivo em vacas leiteiras. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2021; 73(1):451-459. 

Wiltbank, M., Lopez, H., Sartori, R., Sangsritavong, S., Gümen, A. Alterações na fisiologia reprodutiva de vacas leiteiras em lactação devido ao elevado metabolismo de esteróides. Theriogenology, 2006; 65 (1):17-29. 

Jordani Borges Cardoso

Analista De Customer Sucess

Zootecnista