Passo a passo: Como implementar um software de gestão zootécnico

Passo a passo: Como implementar um software de gestão zootécnico  


 

Utilizar um sistema de gestão zootécnica na fazenda é crucial para promover a melhoria nos controles, criar projeções mais precisas e proporcionar o crescimento do negócio de forma mais sustentável. Fazer uso de recursos tecnológicos, como um software, para ter maior controle do rebanho, entender melhor o contexto geral e usar as ferramentas e relatórios que poderão ser extraídos, com certeza, vai aumentar a chance de sucesso para os objetivos da fazenda. 

O que é um sistema de gestão zootécnico? 


Vamos começar explicando mais sobre o que é um software de gestão e em seguida entender como se aplica para a gestão zootécnica. Um sistema de gestão é um software ou até mesmo um aplicativo de smartphone que possibilita a centralização das informações. Essa centralização de informações ajuda a dar mais agilidade para as tarefas diárias e aperfeiçoar vários processos internos. Utilizar um sistema de gestão permite que as informações estejam disponíveis de forma mais rápida e prática para todas as pessoas envolvidas na atividade. 


Seguindo essa linha de pensamento, um software de gestão zootécnica é uma ferramenta importante que consiste na coleta, processamento e armazenamento dos dados referentes à produção pecuária realizada na fazenda. Com ela, é possível gerar informações para tomar decisões e elaborar estratégias mais efetivas em busca de melhorar o desempenho das vacas e o crescimento da fazenda, melhorando o resultado técnico e financeiro. Um sistema de gestão garante: 

  • Agilidade na coleta e armazenamento dos dados; 
  • Maior garantia de que as informações não serão perdidas; 
  • Automação dos relatórios; 
  • Otimização da tomada de decisão;
  • Redução dos custos; 
  • Aumento da produtividade dos animais; 


Qual é o momento ideal para implementar um sistema de gestão? 


Com cenários econômicos cada vez mais complexos, economias cada vez mais globalizadas e vulneráveis às variações e impactos do mercado externo, com certeza o momento ideal é já! Não existe mais espaço para erros e as decisões precisam ser cada vez mais estratégicas e fundamentadas. Como assim? Se os objetivos da fazenda são crescer e ganhar mais dinheiro, o achismo deve deixar de ser um método para tomar decisões. Pensando nisso, levantamos alguns motivos que vão fazer você pensar melhor sobre o assunto:  


  • Margem de lucro apertada; 
  • Necessidade de aumento de escala na produção; 
  • Necessidade de fazer cada vez mais com menos; 
  • Simplificar as rotinas de trabalho; 
  • Profissionalização do negócio; 
  • Melhorar desempenho da fazenda; 
  • Ganhar mais dinheiro; 


Como escolher a ferramenta que melhor se encaixa na minha fazenda? 


Agora que você já sabe um pouco mais sobre Sistemas de Gestão Zootécnico e como se encaixa no dia a dia, chegou o momento de entender como escolher o software que melhor se encaixa às suas necessidades. Isso porque, como todas as fazendas são diferentes e possuem suas particularidades, capacidade de investimento ou nível de complexidade da gestão da fazenda, a escolha desse tipo de serviço exige uma atenção redobrada para garantir que todas essas particularidades sejam facilmente atendidas em um único software. 


1. Avalie as necessidades individuais da sua fazenda. 


Se você nunca contratou um sistema para te auxiliar na gestão da sua fazenda e está meio perdido sobre quais são as necessidades, é muito importante pedir dicas para um profissional que já atenda a fazenda e tenha uma noção de quais são as maiores dificuldades a serem vencidas. Caso isso não seja possível é importante que você faça uma autoavaliação dos problemas que já identificou e que impedem o desenvolvimento do negócio. 


2. Pesquise as funcionalidades de cada tipo de softwares. 


Identificadas as necessidades no passo 1 é hora da pesquisar as opções disponíveis no mercado. Nem sempre você vai encontrar um sistema que atenda todas as necessidades, e de pouco adianta contratar um sistema que não traga todas as funcionalidades que você precisa. Desta forma, filtrar todas as opções é essencial. 


3. Verifique se o sistema escolhido oferece suporte e atualizações. 


Um ponto muito importante é verificar ser o software escolhido conta com uma equipe que ajude no suporte e auxilie na implementação da ferramenta. Essa equipe deve estar engajada com a fazenda e se comprometa em ajudar a extrair os melhores resultados possíveis para a fazenda. Outro ponto é verificar se o sistema sofre atualizações regulares para a melhoria e criação de novas funcionalidades. Fique atento! Um ponto importante que você deve se atentar é a cobrança de valor extra para que receba os treinamentos, atualizações e o suporte. 


4. O sistema funciona com armazenamento em nuvem? 


Com o dia a dia corrido e atarefado das fazendas, é muito importante que o sistema escolhido seja com Cloud computing, ou armazenamento em nuvem, para que o salvamento das informações seja automático, em tempo real, dando mais segurança aos processos, evitando perdas de dados e o compartilhamento das informações. O compartilhamento das informações é um fator muito importante, todas as pessoas envolvidas tendo as mesmas informações gera uma maior sinergia e mais facilidade em alcançar os resultados.


5. Possui um aplicativo de smartphone? 


Sem dúvida, você já utiliza seu celular para muitas coisas durante seu dia. Para facilitar seu trabalho e suas rotinas o sistema a ser contratado deve contar com um aplicativo que sirva como ferramenta para inserir da forma mais prática possível os dados do dia a dia da fazenda. 


Quais indicadores zootécnicos e funcionalidades o sistema deve conter? 


Para te auxiliar, sugerimos alguns dos principais indicadores e funcionalidades que consideramos essenciais nesse processo. Acompanhe: 


  • Taxa de serviço: percentual de vacas aptas servidas (inseminadas, cobertas, ou implantadas com embrião) em um período de 21 dias. Por exemplo: 100 vacas aptas e 40 inseminadas, teremos uma taxa de serviço de 40%, significando que foram inseminadas apenas 40% de todos os animais que poderiam ter sido inseminados.   


  • Taxa de Concepção: percentual de vacas gestantes sobre o total de serviços gastos em um período de 21 dias. Este índice, é um indicativo da fertilidade das vacas, do sêmen/touro utilizado e da qualidade da técnica de inseminação.  Por exemplo, das 40 vacas inseminadas, apenas 12 ficaram prenhas, com isso temos uma taxa de concepção de 30%, o que significa que a cada 100 vacas inseminadas apenas 30 ficam prenhes.   


  • Taxa de Prenhez: indica o percentual de vacas que está se tornando gestante em relação ao total de vacas aptas do rebanho, a cada 21 dias. As taxas são calculadas considerando um período retroativo de mais de 42 dias, tempo necessário para confirmação da prenhez. Exemplo: a cada ciclo reprodutivo, de 100 vacas apenas 12 ficam prenhas, representando uma taxa de prenhez de 12%. Este índice nos permite saber a eficiência reprodutiva, através da avaliação da velocidade em que as vacas se tornam gestantes.   


  • DEL médio: valor médio de dias em lactação (dias em leite) do rebanho. O ideal é de 180 dias, representando que o rebanho está tendo uma boa eficiência reprodutiva, ou seja, vacas emprenhando mais cedo, contribuindo para um número menor de dias em aberto e menor intervalo entre partos, além de representar uma maior produção de leite/vaca/dia produtivo.   


  • Intervalo entre partos: tempo em dias projetado com base no intervalo entre um parto e outro das vacas prenhes. Ajuda a avaliar a reposição de animais na fazenda, bem como manter os elevados índices de produção leiteira.  


  • Dias em aberto: considera o número de dias do último parto até a data da concepção das vacas gestantes. O ideal para este índice é um intervalo de 45 até 150 dias de lactação.   


  • % de vacas em lactação: É definido pelo número de animais em produção divido pelo número total de vacas da propriedade. Os rebanhos com valores inferiores a 80% indicam uma proporção muito alta de vacas secas o que, por sua vez, pode indicar inadequado desempenho reprodutivo do rebanho ou uma baixa persistência na lactação. . 


  • Idade ao primeiro parto (IPP): Segundo a EMBRAPA, a idade ao primeiro parto é dependente do manejo alimentar das novilhas durante a recria. O ideal é que o primeiro parto ocorra aos 24 meses de idade. Entretanto, deve-se respeitar um peso ao primeiro parto mínimo de 90% do peso à idade adulta. 


  • Dias em aberto: É o número de dias entre o parto e a inseminação ou cobertura de sucesso, que deu início a uma nova gestação. O resultado desse número é influenciador direto do Intervalo entre Partos. 


  • Período seco: O número de dias entre a secagem e a próxima parição. Recomendado é de 60 dias. Estima-se grande perda a longo prazo tanto em produção de leite quanto na reprodução do animal quando este não passa pelo período seco. 


  • Produção por vaca em lactação: Representa a produção, kg/dia, em relação aos animais em produção. Nesse cálculo, não entram as vacas secas e novilhas prenhas. 


  • Média de produção do rebanho e/ou lote: É realizado o cálculo dividindo a produção total, pelo número de animais do rebanho e/ou lote. Esse parâmetro permite avaliar a eficiência do rebanho e entender os reflexos das alterações nutricionais, por exemplo. 


Hora de implementar. 


Depois de toda pesquisa e avaliações das opções disponíveis e a escolha feita, é hora de iniciar o projeto e dar um plus+ nos resultados da fazenda. Depois da contratação também é muito importante ter cautela e cuidado. Se o projeto iniciar mal, vai ser mais difícil alcançar os objetivos propostos. Olha só as dicas que preparamos para essa etapa: 


1. Alinhamento e coleta de dados. 


Sistema escolhido, agora o primeiro passo é alinhar com a equipe de suporte do sistema quais são as informações a serem coletadas e a forma que deverão ser organizadas e então iniciar a coleta dos dados individuais de cada animal. Geralmente são a data de nascimento, peso ao nascer, inseminações, partos, secagens, enfim todas as informações relevantes de cada animal.  


2. Importação dos dados. 


Depois de toda coleta de dados feita é importante alinhar com a equipe de suporte do sistema a importação dos dados. Sempre existem algumas particularidades que podem gerar erros, cada sistema tem sua própria maneira de funcionamento, por isso pedir ajuda para a implantação é essencial. 


3. Treinamentos. 


Para um bom aproveitamento da ferramenta que você está contratando, engaje com a equipe de suporte e participe dos treinamentos e tire todas as suas dúvidas, questione para fazer valer a pena a contratação. 


4. Acompanhamento de perto. 


Depois de todo o sistema instalado, dados cadastrados e a operação estar rodando bem, é hora de iniciar os ajustes finos no seu negócio e poder contar com a equipe que está preocupada com o seu sucesso para o entendimento de novas funcionalidades que vão trazer novas informações. 


 

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Ezequiel Alan Weber

Analista de Marketing

Formado em Gestão do Agronegócio, MBA Gestão Financeira, MBA Administração, Agronegócio e Finanças