Como a tecnologia ajuda a ter períodos de transição melhores?

Todos os estágios de produção de leite são importantíssimos para garantir que o sistema seja rentável. Entretanto, o período compreendido entre a secagem e o próximo parto é o que mais requer cuidados.  As ferramentas tecnológicas que surgiram nos últimos anos vêm corroborando positivamente no monitoramento durante esta fase auxiliando nos melhores resultados na próxima lactação. 


Os softwares de gestão e controle zootécnicos são eficientes na identificação dos animais do plantel e realizam todo o acompanhamento do rebanho por meio do registro de dados, em que geram alertas de intervenções e estratégias de manejo para serem adotados em vacas leiteiras que estão na fase de transição.


O que é o período de transição? 


O período de transição, corresponde ao intervalo que se têm entre as 3 semanas que antecede o parto e se estende até as 3 semanas após o parto.  Essa fase é marcada por apresentar mudanças severas no estado fisiológico, com alterações metabólicas, causada pela diminuição na ingestão de alimento. Além disso, com a proximidade ao parto vão ocorrendo mudanças anatômicas, pois ocorre o aumento do tamanho do bezerro, o que resulta em um menor espaço físico para o rúmen. 


Durante essa fase, o organismo do animal vai tentar entrar em um equilíbrio para atender as necessidades fisiológicas, que estão voltadas para a mantença, desenvolvimento fetal e regeneração da glândula mamária, denominada como homeorese. De acordo com Gomes (2016), “embora haja certa adaptação fisiológica a alta demanda de nutrientes para a produção de leite é superior à curva de ingestão de alimentos, colocando a vaca em uma situação denominada Balanço Energético Negativo (BEN)”. 


Período seco


O período seco (PS) consiste basicamente no processo de realizar a secagem de vacas leiteiras nos dois últimos meses de gestação, ou seja, 60 dias antes do parto é feita a interrupção da ordenha. Com a adoção dessa prática, é possível proporcionar a regeneração e intensificação da formação de alvéolos, dessa forma, preparando-a para uma nova lactação.  


O PS é considerado o mais crítico dentre os estágios produtivos do animal, pois coincide com o maior requerimento nutricional e menor capacidade de ingestão de alimento. Durante essa fase estima-se que aconteça 2/3 do crescimento e desenvolvimento fetal. Com isso, ao realizarmos a interrupção da extração do leite do animal durante esse período, reduziremos os impactos que esse estágio produtivo pode ocasionar sobre a saúde da vaca e é um elemento chave para proporcionar uma transição de sucesso. 


Período pré-parto


O pré-parto refere-se aos últimos 30 dias de gestação. É considerado como a fase mais delicada do período gestacional, pois o organismo do animal está preparando-se para o parto e lactogênese,e requer maior cuidado e demandas nutricionais. 


 Período pós-parto


De acordo com Moraes (2014), “O puerpério é conhecido como o período que se inicia após o parto e persiste até o restabelecimento da condição de um animal não gestante”. Durante o pós-parto, ocorre a liberação dos restos placentários e a involução uterina. O tempo de duração é variável, dependendo principalmente de fatores relacionados com a escore de condição corporal, condição uterina, produção leiteira e nutrição. 


Benefícios do período seco 


Sabemos que, quando algo é bem organizado e planejado tem mais chances de alcançar o sucesso. Para uma lactação de sucesso depende diretamente de um período de transição bem planejado e bem executado. De acordo com Santos (2003), “esta fase representa uma excelente oportunidade para o tratamento de infecções intramamárias (IIM) subclínicas existentes no momento da secagem e para a prevenção de novas IIM no período seco”. 


Cabe salientar que o manejo inadequado durante o PS gera impactos negativos na reprodução, saúde e produção de leite. Dentre os principais pontos negativos, destaca-se os problemas infecciosos e metabólicos que são recorrentes dentro das unidades de produção, tais como a cetose, retenção de placenta, mastite e hipocalcemia. Em razão dos impactos citados, a adequação de manejo e registro dados reprodutivos acabam tornando-se de extrema importância. 


Pontos chave para o sucesso 


Existem uma série de fatores que geram impactos diretos na próxima lactação e, fazê-los ou não determinam o nível de sucesso desta. Vejamos alguns manejos que são fundamentais: 


  • Verificar se o animal possui mastite subclínica. Se positivo planejar tratamento estratégico; 
  • Secagem 60 dias antes da data prevista de parto; 
  • Utilização de bisnaga vaca seca e selante; 
  • Casqueamento preventivo; 
  • Protocolo de vermifugação estratégico; 
  • Disponibilizar um ambiente confortável, limpo e seco para evitar novas contaminações de patógenos causadores de mastite; 
  • Utilização de período pré-parto e dieta aniônica de acordo com as necessidades nutricionais do animal; 


Tecnologia e o período seco 


O período seco precisa ser visualizado dentro da fazenda como uma oportunidade estratégica para alcançar próximas lactações mais produtivas. Rotineiramente esta é a fase da lactação que menos recebe atenção dentro da fazenda. Fazer uso de tecnologias que ajudem a dar mais fluidez a esse processo são determinantes para alcançar os resultados desejados. 


Foi nesse sentido, que a COWMED vem desenvolvendo ferramentas tecnológicas que melhoram a vida do pecuarista e auxiliam na tomada de decisão, com o software de gestão zootécnica o produtor vai ter disponível na palma da mão todos os registro e controle de dados da fazenda.  


Uma das ferramentas que o software disponibiliza é a listagem de vacas prenhes, informando os dias de gestação, a quantidades de dias que faltam para a secagem e a previsão. Você acessa diretamente do app do celular e tem todas as informações relevantes para tomas as decisões mais assertivas. A VIC, assistente virtual, também envia mensagens lembrando de todas as tarefas a serem feitas no período de transição. 




Outra função que possibilita maior organização da fazenda é a lista de distribuição de secagens ao longo do ano. Ela permite uma maior organização da fazenda para preparar espaço adequado para os animais que estão entrando no período seco, planejamento de alimentação, baias de parição, baias suficientes para os recém-nascidos. 





Acompanhar o parto é muito importante para, caso seja necessário, intervir e auxiliar o animal em situações de partos distócicos. A alteração comportamental do animal indica que o momento do parto está se aproximando e, através do monitoramento Cowmed, é possível identificar essa alteração e gerar um alerta da proximidade do parto. Veja o caso abaixo onde vemos a entrada deste animal no pré-parto e posterior alerta de parto e a confirmação e cadastro do mesmo. 



Muitas vezes a rotina intensa nas fazendas de leite impossibilita acompanhar com mais atenção estes pequenos, mas importantes, detalhes. Fazer o uso de tecnologias que facilitem tomar ações nos momentos mais importantes e gerar maior rendimento para a fazenda é essencial.  


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Referências bibliográficas  


ALVES. BRUNA G. O que é o período de transição e por que ele é tão importante?. Disponível em https://ruralpecuaria.com.br/tecnologia-e-manejo/bovinocultura-de-leite/o-que-e-o-periodo-de-transicao-e-por-que-ele-e-tao-importante.html 

CARNEIRO, M. A. Eficiência reprodutiva das vacas leiteiras. Disponível em https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/880245/1/Circular642.pdf 

CORREA, LISIA. Período de transição em vacas leiteiras. Disponível em https://agroceresmultimix.com.br/blog/periodo-de-transicao-em-vacas-leiteiras/ 

MOTA, M. F. Período de transição em vacas leiteiras. Disponível em https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/51799/1/API-Periodo-de-transicao.pdf 

SANTOS, M. V. S. Importância do período seco no controle da mastite. Disponível em https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/importancia-do-periodo-seco-no-controle-da-mastite-parte-1-16247n.aspx#:~:text=O%20per%C3%ADodo%20seco%20(PS)%20%C3%A9,preven%C3%A7%C3%A3o%20de%20doen%C3%A7as%20em%20geral.