É um tipo de sistema de confinamento, onde os animais ficam dentro de uma área coberta e podem caminhar livremente pelo galpão, tendo baias individuais dispostas lado a lado para as vacas descansarem. A estrutura do free stall é composta basicamente pela área de trato, pelas baias individuais e pelos corredores de acesso. Os materiais utilizados para a cama são diversos, entre eles temos as camas orgânicas, como esterco compostado, feno, palha e casca de café. Também é possível fazer uso de materiais inorgânicos, como areia, cama de gesso/cal e colchões de borracha, nos quais devem ser espessos (entre 3 e 8 centímetros) para suportarem o peso dos animais e garantir o conforto.
Vantagens do Free Stall:
- Controle do rebanho: com os animais em uma área fechada, fica mais fácil do produtor observar todas as vacas e ter o controle de possíveis patologias, tendo a possibilidade de visualizar animais com problemas, em um período mais rápido de tempo.
- Melhor monitoramento do comportamento: fácil de detectar cios e acompanhar os animais do pré e pós parto.
- Controle do ambiente: vacas estabuladas ficam protegidas do frio e dos dias chuvosos. Já nos dias quentes, controla-se a temperatura do confinamento com ventiladores e aspersores, garantindo um conforto térmico aos animais e bem-estar. Este tipo de estrutura permite criar bovinos leiteiros em qualquer lugar do país, onde naturalmente não seria possível.
- Conforto e bem-estar: diversos fatores contribuem para que os animais tenham o devido conforto, como por exemplo: não terem a necessidade de percorrerem longos caminhos até chegarem na ordenha, o ambiente é mais controlado, possuem baias de descanso e acesso livre à comida. Todos estes fatores quando bem manejados, favorecem o bem-estar do rebanho, diminuem a incidência de doenças e se refletem em maior produtividade.
- Aumento da lucratividade da produção, visto o aumento da produção de leite do rebanho.
Cuidados com o Free Stall:
- Espaço adequado: é essencial para garantir o conforto dos animais, um espaço onde as vacas possam caminhar livremente e consigam sair, se deitarem e espicharem-se com facilidade nas baias, visto que elas descansam em torno de 10 a 14 horas por dia e ficarão bastante tempo deitadas. As medidas ideias para as baias são: dois metros e meio de comprimento e um metro e oitenta centímetros de altura, porém deve ter o cuidado para que esse espaço esteja confortável para o tamanho dos animais do rebanho. O que pode ser feito, é calcular as medias corretas a partir da maior vaca do rebanho, caso contrário, o espaço inadequado causará desconforto e facilitará com que os animais se machuquem.
- Cama seca: limpar as fezes e urina das camas todas as vezes que os animais forem para a ordenha, garantindo um espaço limpo para descanso e bem-estar, independente do material utilizado. Na utilização de materiais orgânicos, deve-se ter o cuidado com a umidade, que não deve ser elevada, a fim de evitar a proliferação de bactérias indesejáveis. Já no caso do uso de colchões, é importante fazer a troca a cada 10 anos, além de ser feita a cobertura dos mesmos, a fim de garantir o conforto da cama e uma boa sustentação aos animais, evitando problemas nas articulações das vacas.
- Comedouros e bebedouros: devem ser limpos com frequência e não devem ser expostos à incidência direta do sol, pois isto limita o consumo dos animais.
- Limpeza: a pista de passagem, como as demais partes da instalação, devem ser limpas com frequência, caso contrário, haverá muitos animais sujos e um forte cheiro de esterco, o que pode concentrar gases tóxicos e causar problemas respiratórios, além de favorecer a alta concentração de moscas e doenças.
- Baias com a cama cheia: ao optar por utilizar materiais como areia, por exemplo, deve-se abastecer as baias com frequência, pois os animais ao saírem destes espaços, acabam jogando os materiais para fora da cama. Então, este é um cuidado essencial para evitar que as vacas se deitem no chão duro e sim garantir, uma cama fofa e confortável a elas.
- Piso: deve ter uma boa aderência para evitar escorregões e proporcionar maior segurança aos animais. Também, o material deve ser resistente, durável e pouco áspero, com o intuito de não causar danos aos cascos das vacas.
- Custo de implantação: este tipo de sistema se torna viável em rebanhos com vacas de alta produção, que serão capazes de “pagar” o investimento.
Maria Eduarda Cesar Salvador
Analista de Custumer Sucess
Estudante de Zootecnia