Ouça mais a bezerra!

Não é nenhuma novidade que uma das fases mais importantes de uma fazenda, é a fase de cria, é onde vamos qualificar nossas futuras vacas. E é onde demanda mais tempo, dedicação e dinheiro. Entender como as mães dessas bezerras estão se comportando, e o que elas estão querendo nos dizer, é um papel primordial e que vai nos guiar sobre o futuro da bezerra, determinando sua saúde, seu desenvolvimento, e esse conjunto de fatores serão muito importante para determinar a lucratividade da cadeia leiteira, visto que esses animais serão as futuras vacas, assim a produtividade do rebanho pode ser afetada negativamente por altas taxas de morbidade e mortalidade de bezerras.

Mas de que forma o comportamento animal das vacas irá interferir nas suas filhas?

A relação materno-fetal, nos bovinos, inicia-se nos primeiros dias após a concepção, no momento que ocorre a comunicação direta através de hormônios, nutrientes e movimentos físicos. O período seco e o pré-parto, corresponde aos 60 dias que antecedem o parto. E é o momento de extrema importância para a vida produtiva da vaca e para a saúde da bezerra. É quando as vacas não estão em produção, permitindo que a glândula mamaria se recupere para alcançar o potencial máximo de produção na próxima lactação, além de produzir o colostro, alimento indispensável para a saúde dos bezerros, garantindo uma máxima produtividade com saúde (Costa, Schmidek e Toledo, 2007).

Alguns fatores ligados ao baixo desempenho ou ao aumento da mortalidade e morbidade das bezerras recém-nascidas, é o estresse térmico causado pelo calor excessivo no período seco e pré-parto de suas mães e as dificuldades no parto, que não só comprometem o crescimento fetal, mas também a função imunológica da prole desde o nascimento até o desaleitamento (Barrier et al., 2012). Deficiências adicionais como, inadequação da ingestão de colostro geram o aumento da incidência de doenças (Trotz-Williams et al., 2007), assim como a diminuição do consumo de ração, diminuição do peso ao nascer (Wolfenson et al., 1988), redução do ganho de peso (Hill et al., 2011) e aumento da idade das novilhas ao primeiro parto (Heinrichs et al., 2005). O monitoramento do parto e a avaliação da viabilidade neonatal auxiliam nas intervenções precoces.